quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O Longo Caminho Para a Autonomia

O Longo Caminho Para a Autonomia


Toda criança, ao nascer, parte de um estágio de ausência total de regras e leis.
É ao interagir basicamente com a família que começa a perceber a si mesma e aos outros. Aos poucos, percebe que há coisas que podem e que não podem ser feitas. São os limites, definidos pelo adulto, tão difíceis de serem estabelecidos, mas tão necessários à formação da personalidade.

Sair de um lugar onde o Eu e o Mundo são uma coisa só, para encontrar lá adiante a forma própria de ser e de colocar-se neste mundo, é o longo caminho percorrido rumo à construção da autonomia.

A criança precisa ir aprendendo a lidar com as pequenas frustrações, com as contrariedades e com limites estabelecidos. Isto é necessário e saudável para a construção de uma auto-estima positiva, realista e para seu desenvolvimento sócio-afetivo.
Assim, espera-se que as crianças se tornem, aos poucos, aptas a tomar decisões por elas mesmas, vivenciando e resolvendo pequenos conflitos e desavenças no seu cotidiano.

Entendemos que a construção da autonomia das crianças se faz a partir do momento em que a elas são dadas oportunidades de experienciar relações de cooperação e de respeito mútuo, pelo exemplo dos pais e dos adultos, mais do que as palavras.

Aquela pessoa que a criança respeita e admira terá um enorme peso na construção de seus valores e seu comportamento, pois ela a imitará. É preciso haver coerência entre as palavras e os atos, para que a criança consiga ter um autocontrole, em que a obediência às normas não dependerá mais do olhar dos pais ou de outras pessoas.

Levar uma criança a tornar-se um ser humano autônomo, capaz e consciente do seu papel na sociedade requer alguns princípios básicos norteadores de uma educação que seja firme sem ser autoritária, clara sem ser vazia, consistente sem ser pesada.
Rosangela Assunção
Psicóloga e diretora do Instituto Bem Me Quer.

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